sábado, 19 de fevereiro de 2011

Sentada na árvore

Sentada em cima de uma árvore alta, sentia a brisa na cara, sentia o mundo, sentia tudo menos a ti. E porquê? Porque não estavas presente, porque já não querias saber, porque já não te importavas.
Os pássaros a voarem lembravam-me dos sonhos, dos bons momentos, dos sorrisos, das gargalhadas, do que eu amava.
A escuridão que vi ao fundo apenas me recordava dos ciúmes, das discussões, dos maus momentos, de tudo aquilo que odiava.
Mas de repente tudo acabou, os bons e os maus momentos. Tudo passou a ser apenas lembranças do passado, tudo passou a ser apenas aquilo que dissemos vezes sem conta que nunca iria acontecer, mas a verdade é que aconteceu. Separaste-te, separamo-nos! Agora vou apenas continuar aqui sentada nesta arvore a viver o momento. Não me vou chatear com isto, não me vou preocupar com o facto de te ter perdido, todos perdemos pessoas ao longo da vida, não pensei que fosse acontecer contigo, mas olha, o inesperado acontece. Vou apenas seguir em frente na minha vida e, quando sentir saudades, volto a esta árvore e recordo todos os momentos. Quando me fartar volto a sair e finjo que esqueci tudo, finjo que me esqueci que já me fizeste rir, chorar, gritar, que fizeste parte da minha vida. Foste e já não voltas! Adeus!
Wow! Passou um avião, vi alguém na janela a olhar para mim. Quem era? Eras tu! Sim, eu sei quando pensas em mim, sei quando sentes saudades, sei quando me queres de volta. Mas agora fartei, fartei-me de lutar e de esperar por ti, já desisti à muito. Se me quiseres luta tu agora. Hoje sou eu a viver para mim, no passado fui eu a viver para ti, o futuro agora só tu podes controlar. Esqueci-me de como era viver para ti, quando quiseres isso de volta vais ter que me ensinar tudo de novo como se fosse um bebé!
O avião já se foi, tu já passaste mais uma vez ao meu lado sem dizeres nada. Tu deves de saber o que andas a fazer, se não sabes azar, não vou pôr o meu orgulho de lado por ti.
Vou descer a árvore a esquecer isto. Vou descer a árvore e mergulhar na solidão.